
Sinto falta de um amigo que também sinta a minha falta, que me ligue de vez em quando só pra dizer olá.
Sinto falta das palavras que me tiram do sério, me fazendo gritar, mas que logo depois se tornam cacos de vidro, que varro para um canto qualquer, e que jogo no lixo pro caminhão levar.
Sinto falta do abraço, do sorriso, das suas lágrimas, as quais me acompanham sempre que preciso lavar a alma, sempre que fico triste porque as coisas simplesmente passam, ou ficam tempo demais.
Espero que as risadas que tivemos continuem acontecendo, mesmo que sejam apenas escritas, ou sentidas como uma fisgada na espinha, que depois de uma nostalgia, nos faz retornar à postura correta da vida.
Confesso que tive medo quando você disse que ia se jogar na frente de um carro, que não aguentava mais essa vida. Mas no fundo eu sabia que tudo era um clique, apenas um aperto no meu controle remoto, um stop no meu coração.
Sei que você é a minha cara e a outra face de mim, sei que você também é a minha raiva e o meu carinho. Sei que as suas tristezas também são as minhas, e que grande parte dos meus sorrisos também são os seus.
Não somos a mesma biografia, mas vivemos a mesma existência: a vida do século XXI. Talvez se você desistisse de mudar o mundo, esse mundo seria o mesmo, as pessoas continuariam, todas, com aqueles mesmos erros que nos incomodam e que nos tiram do sério. Por isso, você também é a mesma indignação e a mesma justiça da qual faço parte.
Não quero me despedir agora, mas já está na hora de ir embora, está ficando tarde, já passa da meia-noite; estou precisando dormir. Mas se você estiver com fome, podemos pedir um bife a “Oswaldo Aranha” e esperá-lo até as 3 horas da manhã. Depois que comermos, dormiremos até as 6 horas e acordaremos ao toque do telefone. Desesperadas nos arrumaremos, vestiremos os ternos, passaremos corretivo e pó. Maria fará escova em seu cabelo e eu sofrerei de novo o atentado capilar. Logo após estaremos correndo pra chegar na hora marcada e fazer nosso trabalho de diplomata, tentando salvar nossa ‘África’ da hegemonia dos Desenvolvidos sem coração.
Terminando tudo isso, guardaremos nossas pastas, pegaremos nossas malas, e entraremos num ônibus vindo “De volta para nossa terra”. Ao chegarmos, choraremos de saudade e riremos de todas as boas bobagens que acontecerão.
No outro dia de manhã estaremos lá, eu e Maria, guardando seu lugar na primeira cadeira, na sala do 3º ano, porque você poderá chegar na segunda aula do dia.
Depois de uma prova, cada uma irá para uma direção, mas nunca estaremos separadas, porque os laços que nos unem são eternos e o coração não esquece grandes amizades. Não separa irmãs de verdade.
♥Larissa♥Maria♥Carla
2 comentários:
Ah, que texto lindo, Larissa!
Adorei a sua descrição, com a percepção das minuciosidades. E a parte da fisgada na espinha é bem uma verdade. Às vezes chega a doer por umas horinhas, mas aí é só ligar pra um "alguém" que tudo se ajeita.
Está aí! Uma bela declaração de amor à amizade!
Vc sabe que tem sempre o meu apoio!!! Torço por vc!!!
Muito boa essa iniciativa de abrir esse blog!
Conte com minha divulgação e visitas!
E, ah, que texto bonito!
Vc usa as palavras com muito discernimento e as torna ainda mais belas!
...Use-as como Deus te direcionar! Seus talentos e dons louvam ao Criador de uma maneira e dimensão que, talvez, eu e vc ainda nem imaginemos! Portanto, deixe que as palavras de Deus se confundam com as suas... Deixe que Ele, por intermédio seu, fale ao Seu povo!
""Deus é o artista e a tela é o nosso coração""...
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