
Será que falei de mais e deixei o vento sopra-las para longe de mim?
Onde estão vocês, palavras? Preciso ouvi-las, senti-las, tocá-las numa folha de papel cartão, para que eu possa ter relatos de que vocês existem.
Preciso das minhas confidentes, minhas amigas clandestinas, que sempre terminam minhas frases sem rima, minhas poesias de um poeta sem alma, sem armas, sem metáforas ou metonímias.
Não sei onde vou despejar essas ondas de pensamentos, porque não tenho caneta, nem papel, nem palavras. Preciso de falas, de ar, de respostas.
Não quero mais guardar isso tudo desse jeito mudo e analfabeto, pois me sinto tão só, abandonada pelos versos da minha vida, me sinto tão inútil, tão carne e osso, sou algo sem gosto, sem cheiro, sem existência. Sou apenas o repouso de um rosto em um ombro, uma lágrima que cai sem chamar atenção, um sorriso medíocre em uma multidão de muitas risadas.
São as palavras que me dão vida, são elas minha psicanálise, minhas angústias emperradas na porta da alma, minhas vontades não ditas. São essas letras que guardam todo meu amor implícito no meu olhar, são elas que compartilham meus medos, são elas que me abraçam quando estou com medo. São elas; minha única chance de ser ouvida.
12/01/08
Um comentário:
Eis o nosso tormento! A falta de palavras. A ânsia, o esgotamento, o desespero da procura pela palavra perfeita, feita na fôrma, a música sublime, o contorno perfeito para terminar o verso, aquele verso ingrato!, nojento, o filho maldito!, majestosamente.
Talvez seja esse pega não pega, essa paixão impossível, o que as torna tão interessantes.
Aliás, bonito esse termo, a simplicidade do corte e a altivez imaculada.
Bonito esse sabor, esse beijo.
Bonita essa palavra.
Opa! Acabei escrevendo um poema ehuaeeuhaeuhea Depois coloco no blog.
No mais, parabéns, Larissa! Quero ler mais textos seus, você escreve muito bem.
Beijo!
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