Dúvidas

São tantas coisas aqui dentro que às vezes penso que não conseguirei mais as respostas... são perguntas demais para uma pessoa só, são dúvidas demais para um coração só.

Tantas coisas mergulhadas em meus pensamentos como se fossem uma sopa de letrinhas... todas espalhadas, sem nunca formarem uma palavra sequer, deixando-me ainda mais sem ar, ainda mais sem entender o que está acontecendo... me fazendo, aparentemente, perder tempo com o que não terá utilidade alguma.

Tento por diversas vezes me concentrar no que estou fazendo, tento tirar certas imagens ou palavras do meu pensamento, mas elas sempre estão lá: nos meus sonhos, nos meus raciocínios, nas minhas palavras, na minha confusão. Não quero mais essa indecisão afobando minha vida, não quero mais esses "se's" que me desorganizam. Quero a certeza que eu tanto peço, meu Deus: quero apenas o seu "sim" ou o seu "não", quero que a sua vontade seja a minha também, mas preciso saber qual é essa vontade, para que não caia em mais um lago de indecisões sem fim.

São tantas dores, tantos pesos... não quero mais um problema desnecessário para olhar nos meus olhos todos os dias quando me encaro no espelho. Quero solução, quero a direção... isso não é capricho não, eu preciso, o Senhor sabe bem disso.

Sei que a perfeição está bem longe de mim, porque muitas vezes o que quero fazer eu não consigo, mas o que não quero, isso faço, mas o Senhor conhece o desafio que encaro todos os dias, sabe de tudo que há preso aqui dentro e que precisa ser expirado, como sabe também do que preciso inspirar.

Às vezes parecem prisões essas questões que não têm múltipla escolha, essas questões abertas, discursivas, sem nenhuma dica... parecem torturas, daquelas que se perde o ar aos poucos, daquelas que se perde a vida bem de vagar: as que mais maltratam, as que mais se sentem.

Ao mesmo tempo que se têm perguntas não se têm respostas: ao mesmo tempo que queremos prosseguir, tem algo que nos estatiza... ao mesmo tempo que queremos reciclar o lixo que está entulhado na nossa alma, não há como reciclar, porque não há "garrafas pet", nem alumínio, nem plástico; há apenas lixo orgânico, que só poderemos usar como adubo, ou que poderemos replantar para que nasça um novo alimento. O lixo orgânico só passa a ser algo bom quando decidimos fazer com ele o que é para ser feito... seus efeitos não são imediatos, e nem sempre tão claros que possamos ver a olho nu, rapidamente. Vamos retirar o lixo orgânico da nossa alma e adubar os nossos caminhos... vamos plantar fora de nós o que em nós não tem proveito algum.

Assim, sabendo exatamente o que fazer, as coisas se esclarecem... surge um espaço dentro de nós para preenchermos com o que vale a pena, com o que nos faz um bem induvidável. Aquelas imagens e palavras que nos inquietavam somem, ou pelo menos nos deixam em paz... a nossa dor passa, o medo não resiste e Deus toma conta de nós.

Certas coisas passam porque não são para ficar... mas para que elas passem, ou fiquem, por serem necessárias, talvez, temos que colocar a vontade de Deus como a nossa vontade, para que não soframos a vida inteira por algo que não era para nós, para que não soframos com uma dúvida que decidimos não esclarecer por medo de ouvir um "não" bem grande e 'desapontador' Daquele que sabe mais do que nós achamos que sabemos.

Não é fácil conviver com dúvidas, com medos, com o 'talvez', mas não é impossível achar a resposta, quando mesmo sendo difícil, se espera o 'sim' ou o 'não' de Deus... a resposta certa, que vem quando tem que vir.

Pergunte-se em tudo que for fazer: "O que Jesus faria em meu lugar?"... tenho a certeza de que a resposta virá, quando você estiver preparado para ouvi-la.

Término: 22:43
agradeço à minha amiga Débora Dobrovoski, por ter me ajudado pela reciprocidade quanto ao que estamos vivendo... contribuindo para este texto.