quinta-feira, 26 de julho de 2012

Furacão



Isso que estou vivendo me sufoca tanto que fico andando de um lado pro outro sem saber qual a minha direção, parece que o ar que eu preciso se esvaiu de mim; é como se paredes muito firmes e grossas isolassem meus pulmões.
Sinto como se houvesse um furacão contínuo em torno de mim mesma. Parece que a resposta que preciso nunca vai chegar, que o texto bruto da minha vida nunca vai ter o ponto final. Parece que o sol nunca vai brilhar e que o meu céu vai permanecer nublado durante todas as estações da minha vida. Parece que me guardaram dentro de uma caixa de sapato e me esqueceram no fundo de um armário velho. 
A minha alma chora uma dor antiga, como se tivesse sido espremida pelo tempo, como se fosse uma roupa molhada sendo sacudida para depois ser pendurada na incerteza de secar-se ou não. 
Olho profundamente nos  meus próprios olhos diante do espelho e enxergo nada além de um "o que eu faço agora". Eu não encontro em mim uma solução, algo que eu possa dizer que é muito bom, algo que me faça sorrir. Enxergo-me sem maquiagem, sem super produções e me acho um pano de saco, daqueles bem surrados que quase estão indo pro lixo. Enxergo tudo feio, tudo fraco, sem valor.
Em determinado momento, dentro do furacão, decido olhar pro alto, porque meus pés pisam um chão que não tenho forças pra desconstruir, à minha volta está tudo deturpado e estou presa por barreiras que não posso derrubar. Aí descubro que há no alto um escape, um lugar por onde eu posso enxergar as coisas como elas são, onde o sol está brilhando forte, onde minha resposta ocupa um céu inteiro e acalma a alma com um simples sopro. 
Descubro que o que eu enxergava estava tão somente distorcido pelo furacão, porque ele não parava de girar, de desorganizar minhas ideias. Não é que tudo fosse feio, que as coisas não fossem boas, que não houvesse solução. Eu apenas estava olhando pro lado errado.
Quando olhei pro alto, eu pude enxergar claramente que Deus estava lá; que Nele estava o meu escape, meu fôlego.
Eu saí do furacão porque Ele estendeu a sua mão e me tirou, porque decidi olhar pra Ele e confiar em seu poder. Ele não dependeu do meu alcance, da minha força, mas sim da minha atitude, da minha decisão de olhar pro alto, de olhar pra Ele. 

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