
Por que as mulheres se arrumam umas para as outras e não para si mesmas? Por que será que os homens fazem apostas indecentes, que machucam tantas pessoas só pelo prazer de se dizerem "homens"? Por que será que as crianças de hoje preferem "brincar de adulto", ao invés de serem o que de fato são: crianças?
O mundo está tão cheio de agentes e reagentes explodindo, sumindo e aparecendo, está tão cheio de futilidade, de confusão, que os seres humanos estão vivendo como se não fossem capazes de se suportarem dentro de um mesmo espaço. O mundo que temos é este! O que será de nós, se nem a nós mesmos amamos, se nem a nós mesmos suportamos?
Tudo não passa de uma obrigação, de um esforço estressante que faz os cabelos caírem, que faz o coração perder o controle, que faz maridos baterem em suas esposas, filhos ameaçarem seus pais, marginais agredirem idosos. Tudo isso tem acontecido e muitos têm se calado: uns por medo, outros por mera formalidade, para que a imagem de bom pai, de boa esposa, de família modelo não seja danificada. Aquilo que as pessoas pensam de nós vale mais do que aquilo que realmente somos? Para que tantas formalidades baratas, para que tanto medo de perder o "status"?
Tanto a face será cravada de rugas, quanto o primeiro lugar da coluna social será mudado: isso é inevitável! Sim, eu sei que o “botox” poderá dar um jeito naqueles pés de galinha, como também sei que o dinheiro poderá comprar aquele lugar que sempre foi seu na sociedade. A sua "casca" poderá ser melhorada, corrigida, esticada, mas sinto muito ter que lhe dizer: você será só mais um dentre muitos outros que deixou a vida passar, que se negou a amar, que se negou a admitir que não é perfeito; alguém que gastou seus anos todos se importando com o que os outros iriam pensar e se esqueceu de ser quem realmente é.
Seres humanos estão sendo embalados em caixas, como se fossem brinquedos, “vendidos” por preços variados, escolhidos ou desprezados pelo que aparentam ser. Seres humanos estão sendo descartados por suas limitações; estão sendo tratados como o lixo despejado nos lixões, e seu sangue está sendo derramado como o “chorume” que se espalha pelos rios, mares, pelas terras deste campo de concentração disfarçado de “mundo dos iguais”.
Enquanto nos preocupamos tanto com nossos próprios desejos e praguejamos contra Deus e contra os outros, por não alcançarmos tudo o que queremos, deveríamos nos lembrar de que o querer que grita alto dentro de nós nem sempre é o melhor para a nossa vida. Deveríamos parar, sentir o coração pulsar, encher os pulmões de oxigênio, e com esses atos “involuntários” e simples, agradecer a Deus pela oportunidade de existirmos.
Deveríamos perceber que não importam as limitações, que não importa o que pensam de nós ou se ninguém nos nota, pois temos valor. Um valor que vai além das aparências, que nos faz especiais mesmo quando nos achamos iguais a todo mundo. Temos um valor dentro de nós que nunca será apagado: o valor do amor; do amor de Deus, o qual poderia ter sido colocado em qualquer cofre bem seguro, ou se objetivado na mais valiosa pedra deste mundo, mas que foi transplantado em cada um de nós, por Deus, para que pudéssemos ser a expressão mais pura e nítida daquilo que dinheiro nenhum compra, daquilo que nem a morte faz acabar: a vida, que nos foi dada de presente, por amor e não pela imagem; pelo ser e não pelo ter.
Um comentário:
O que realmente importa muitas vezes deixamos passar... E isso é uma lastima. Quero aprender a valorizar o que nessa vida vale a pena e a estimar o que tem valor eterno!
Texto ótimo! Obrigado!
Postar um comentário