terça-feira, 4 de junho de 2013

Falta



Sinto falta de escrever o que a minha alma dita, de plantar as letras, como sementes, no papel, em que palavras são capazes de nascer, expressando aquilo que o meu coração não consegue dizer deliberadamente para o mundo ouvir. 
Sinto falta de quando eu tinha "certeza" de que a minha decisão seria forte o bastante para não me permitir arriscar minha alma a sofrer por coisas, cujo peso não seria capaz de suportar sem dor.
Sinto falta de alguma coisa que não sei identificar, que, por mais que eu tente, não consigo entender. Acho que sinto tanto justamente por não poder colocar cada vírgula em seu lugar, cada ponto final no seu devido fim. Não existe a dor de um querer não possível, mas o incômodo de uma incerteza não desfeita. 
Acho que certas coisas mínimas doem tanto por terem, para mim, uma importância além do que o mundo está acostumado a dar, por não serem tão mínimas que não possam mudar tanto o fim, como o começo.
As coisas grandiosas nem sempre são tão importantes, porque não existe nelas o cuidado moldado à mão que é encontrado nos pequenos gestos, nas menores frases, no mais breve e sincero sorriso. 
As coisas mais importantes são as mais simples, porque o brilho delas não é ofuscado pela quantidade de artefatos, de ornamentos; ao contrário, seu brilho é ressaltado por sua essência, que pode ser vista e tocada sem que se pague por isso, sem que seja necessário mostrar o "ter" e o "poder" para que os outros a admirem.
Mesmo que continue a doer em mim, darei a importância devida ao que vivo, a importância do "ser" e não do "ter". Continuarei a colocar minha alma naquilo que faço, a viver o simples que ilumina meus dias.
Ainda que as faltas permaneçam, que o "não entender" continue sendo plantado em minhas folhas de papel; ainda que, de leve, minha alma reclame dos espinhos das rosas que brotaram das letras semeadas, continuarei a ser o que pede meu coração.

5 comentários:

Sirlene disse...

Lindo, lindo, lindo, amiga!

Unknown disse...

Parabéns pelo blogger, e pelo dom da palavra. Abraço Ivan Pereira!

Larissa Pizetta disse...

Obrigada Sirlene e Ivan!!! Sejam sempre bem vindos!

88dd disse...

Lindo Lari! Lindo mesmo... Achei muito compatível com muitas coisas que penso!

Vc sempre maravilhosa em suas palavras, beijos amiga!

Hemerson disse...

Como sempre, belas palavras, sintonia da alma.